Este texto procura inicialmente apresentar um pouco da história desta língua, partindo das raízes latinas na Europa até o português moderno. Em seguida, apresenta a situação actual do português nos diversos países e regiões do mundo onde ele é falado.
O português no mundo
O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje entre 190 e 230 milhões de pessoas. O português é a oitava língua mais falada do planeta, terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês e o castelhano.
O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes:
• Angola (10,9 milhões de habitantes)
• Brasil (185 milhões)
• Cabo Verde (415 mil)
• Guiné-bissau (1,4 milhão)
• Moçambique (18,8 milhões)
• Portugal (10,5 milhões)
• São Tomé e Príncipe (182 mil)
• Timor Leste (800 mil).
Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que reúne os países de língua oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação e o intercâmbio cultural entre os países membros e uniformizar e difundir a língua portuguesa.
História da língua no Brasil
No início da colonização portuguesa no Brasil (a partir da descoberta, em 1500), o tupi (mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-guarani) foi usado como língua geral na colónia, ao lado do português, principalmente graças aos padres jesuítas que haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal medida foi possível porque, a essa altura, o tupi já estava a ser suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.
Com o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colónia recebeu novas contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em alguns casos chegou também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos negros vindos da Nigéria (vocabulário ligado à religião e à cozinha afro-brasileiras), e do quimbundo angolano (palavras como caçula, moleque e samba).
Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português (principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades.
Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.
No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e portagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do século intensificaram o projecto de criação de uma literatura nacional expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos modernistas consagrou literariamente a norma brasileira.
Zonas dialectais brasileiras
A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da portuguesa, o que surpreende em se tratando de um pais tão vasto. A comparação das variedades dialectais brasileiras com as portuguesas leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialecto do Brasil.
A insuficiência de informações rigorosamente científicas e completas sobre as diferenças que separam as variedades regionais existentes no Brasil não permite classificá-las em bases semelhantes às que foram adoptadas na classificação dos dialectos do português europeu. Existe, em carácter provisório, uma proposta de classificação de conjunto que se baseia – como no caso do português europeu - em diferenças de pronúncia (basicamente no grau de abertura na pronúncia das vogais, como em pEgar, onde o "e" pode ser aberto ou fechado, e na cadência da fala). Segundo essa proposta, é possível distinguir dois grupos de dialectos brasileiros: o do Norte e o do Sul. Pode-se distinguir no Norte duas variedades: amazónica e nordestina. E, no Sul, quatro: baiana, fluminense, mineira e Sulina.
Esta proposta, embora tenha o mérito de ser a primeira tentativa de classificação global dos dialectos portugueses no Brasil, é claramente simplificadora. Alguns dos casos mais evidentes de variações dialectais não representadas nessa classificação seriam:
• A diferença de pronúncia entre o litoral e o interior do Nordeste; o dialecto da região de Recife, em Pernambuco (PE) é particularmente distinto;
• A forma de falar da cidade do Rio de Janeiro (RJ);
• O dialecto do interior do estado de São Paulo (SP); e
• As características próprias aos três estados da região sul (PR, SC e RS), em particular o(s) dialecto(s) utilizado(s) no estado do Rio Grande do Sul (RS)
http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_3.3.a.php
Eu penso o facto da língua portuguesa ser a oitava língua mais falada no planeta se deve ao facto dos portugueses serem um povo por natureza calma e na altura dos descobrimentos os portugueses não usaram tanto a força para conquistarem as terras que iam descobrindo e também ao facto deles se misturarem mais com os povos que já lá habitavam e trouxemos para Portugal coisas que eram daqueles países e tentámos adapta-las cá em Portugal, e um desses exemplos é a comida.
Regra geral, todos os portugueses tentam receber os estrangeiros através da língua deles, tentamos adaptar os estrangeiros aos seus costumes, coisa que não acontece por exemplo na Espanha.
Para mim a língua portuguesa não é só saber falar uma língua, mas sim o que está por detrás da língua que se fala, a língua tem por trás uma história, hábitos, costumes, tradições e tudo isso faz parte da cultura que neste caso é a cultura portuguesa.